terça-feira, 25 de junho de 2013

JOGOS SEMIFINAIS DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES NO BRASIL TERÃO CAMPANHA CONTRA O RACISMO

Anthony Baffoe 
Edição: Adilson Gonçalves Fonte: Jornal do Brasil
A Federação Internacional de Futebol (Fifa) aproveitará as duas semifinais da Copa das Confederações do Brasil, que ocorrem amanhã (26) e quinta-feira (27), para levar aos torcedores mensagens contra o racismo. A ação faz parte das comemorações aos Dias contra o Racismo, instituídos pela federação em 2002 e, desde então, celebrados com campanhas todo ano, em jogos oficiais da Fifa.
Além de mostrar um vídeo aos torcedores, que propaga a ideia de unidade, igualdade e respeito, os capitães das equipes do Brasil, da Espanha, do Uruguai e da Itália lerão mensagens antes do inicio das partidas em Belo Horizonte (amanhã) e Fortaleza (quinta-feira).
O ex-jogador da seleção de Gana e da Liga Alemã de Futebol Anthony Baffoe disse a modadlidade é um importante instrumento de combate ao preconceito de todos os tipos. Segundo ele, houve avanços no combate ao racismo, mas ainda há um longo caminho a percorrer.
Hoje oficial da Fifa, que atua na Copa das Confederações como coordenador do Estádio Jornalista Mario Filho, o Maracanã, Baffoe já foi algumas vezes vítima do preconceito racial, quando era jogador de futebol.
"Uma vez durante um jogo, havia ou
Ao longo de sua carreira, jogador passou por vários casos de racismo.

tro jogador negro no outro time e a torcida do meu time começou a fazer barulhos de macaco toda vez que ele tocava na bola. Então chutei a bola para a lateral e fui falar com o técnico para que ele pedisse à torcida que parasse com aquilo, porque também estava me atingindo, um jogador do próprio time deles. Isso machuca", disse.
Em outra ocasião, ele se viu vítima de comentários racistas de um colega do próprio time no vestiário. "Eu lhe dei um tapa. O técnico e o presidente do time vieram me falar que eu não deveria ter feito aquilo, mas eu lhes disse que faria de novo, porque ninguém deve falar sobre a minha aparência, minha cor ou minha  família. É claro que não deveria ter recorrido à violência", lembrou.
Baffoe disse que os jogadores vítimas de preconceito não devem lutar sozinhos contra o racismo, mas devem ter o apoio de todo o time, mesmo daqueles jogadores que não sofrem com isso.
Segundo ele, a Rússia, país-sede da Copa do Mundo de 2018, é um dos lugares mais problemáticos hoje em dia. Segundo ele, vários casos de racismo foram registrados contra jogadores. Mas o ex-jogador acredita que a Copa do Mundo será uma excelente oportunidade para que os russos aprendam a respeitar as diferenças raciais.
A Fifa condena o racismo e prevê sanções por meio de vários documentos como os códigos de Ética, Conduta e Disciplinar, além do seu próprio estatuto. Em casos de racismo, o oficial da partida faz um relatório, que é analisado por uma comissão disciplinar e pode resultar em punições como a suspensão por alguns jogos.


segunda-feira, 24 de junho de 2013

APREENSIVO, MUNDO ACOMPANHA O ESTADO DE SAUDE CRÍTICO DE NELSON MANDELA

Edição Adilson Gonçalves Fonte G1

O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, de 94 anos, permanece em estado crítico no hospital onde foi internado há 17 dias por uma infecção pulmonar, afirmou nesta segunda-feira (24) o presidente da África do Sul, Jacob Zuma.
"O ex-presidente Mandela permanece em estado crítico no hospital. Os médicos fazem todo o possível para assegurar o bem-estar e conforto", disse Zuma à imprensa estrangeira.
"Fui ao hospital durante a noite", completou Zuma.

"Mandela dormia, o vimos e depois conversamos um pouco com os médicos e com sua esposa Graça Machel", relatou o presidente sul-africano.
"Não estou em condições de dar mais detalhes, não sou médico", afirmou Zuma em uma entrevista coletiva que estava programada há semanas para falar sobre as eleições de 2014.
No domingo (23) à noite, a presidência sul-africana havia anunciado que Nelson Mandela estava em estado "crítico" há 24 horas.
"O estado do ex-presidente Nelson Mandela, internado em um hospital de Pretória, é crítico", destacava o comunicado da presidência, que pediu 'à Nação e ao mundo que rezem' pelo líder sul-africano.
Segundo a nota oficial, o presidente Jacob Zuma, o vice-presidente da ANC (partido no poder), Cyril Ramaphosa, e Graça Machel, mulher de Mandela, se reuniram no hospital para discutir a situação.

Em Pretória, diante do Mediclinic Heart Hospital, várias pessoas se aproximavam para depositar mensagens, balões e flores.
"Meu desejo mais profundo era que se recuperasse para que as próximas gerações pudessem ver este homem, que lutou por nós", disse à AFP Phathani Mbatha diante do hospital.
"Lamentavelmente não se pode fazer nada, a não ser rezar por ele", completou.

Apoio dos EUA
Em Washington, a Casa Branca declarou no domingo que seus pensamentos e orações estão dirigidos a Nelson Mandela, no momento em que o presidente Barack Obama prepara uma viagem à África do Sul.
"Tomamos conhecimento das últimas declarações do governo sul-africano sobre o estado crítico de saúde do ex-presidente Mandela", declarou a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Caitlin Hayden.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pretendia visitar Mandela na próxima semana, durante a viagem prevista para a Africa do Sul as aguardava o aval da família do líder sul-africano.
Um encontro entre os primeiros presidentes negros de seus respectivos países era visto com entusiasmo.


Após uma semana de silêncio, a presidência havia comunicado no sábado que o estado de Mandela era "grave mas estável", depois do canal de televisão CBS revelar um agravamento do quadro.
Segundo a CBS, o fígado e os rins de Mandela têm apenas 50% de funcionamento e o ex-presidente "não responde" e "não abre os olhos há dias".
A presidência sul-africana também reafirmou neste domingo que o problema mecânico na ambulância que levava Mandela ao hospital na madrugada de 8 de junho, o que atrasou sua chegada em 40 minutos, não agravou seu estado de saúde.
De acordo com a CBS, Mandela precisou ser ressuscitado ao chegar no hospital.
Mandela, ícone da luta contra o apartheid e primeiro presidente negro da África do Sul, em 1994, fará 95 anos no dia 18 de julho.
Desde dezembro passado, Mandela foi internado em quatro ocasiões, vítima das infecções pulmonares que sofre há anos, provavelmente devido às sequelas da tuberculose contraída na prisão da ilha de Robben, onde passou 18 dos 27 anos de prisão sob o regime racista do apartheid.