sábado, 4 de maio de 2013

JOAQUIM BARBOSA: " A JUSTIÇA NO BRASIL SOMENTE PUNE POBRES E NEGROS"

 Edição Adilson Gonçalves Fonte Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, disse ontem (3), em debate na Costa Rica, que um dos fatores da impunidade no país é o tratamento desigual dado pela Justiça. Segundo ele, há diferença na condução de ações envolvendo pessoas com maior poder aquisitivo, com dinheiro para pagar bons advogados, e aquelas relacionadas aos "pobres, negros e pessoas sem conexões".
"As pessoas são tratadas de forma diferente de acordo com seu status, sua cor de pele e o dinheiro que têm. Tudo isso tem um papel enorme no sistema judicial e especialmente na impunidade", disse Barbosa. O ministro está em San José participando de um evento sobre liberdade de imprensa promovido pela Unesco.
Segundo o ministro, no país prevalece uma proximidade antiética entre advogados poderosos e juízes, o que acaba desequilibrando a prestação de Justiça. "Essa pessoa poderosa pode contratar um advogado poderoso com conexões no Judiciário, que pode ter contatos com juízes, sem nenhum controle do Ministério Público ou da sociedade. E depois vêm as decisões surpreendentes: uma pessoa acusada de cometer um crime é deixada em liberdade", argumentou.
Mesmo apontando essa falha, que considera existir não só no Brasil e na América Latina, mas no mundo todo, Barbosa disse que o Judiciário brasileiro é confiável, forte e independente do Legislativo e do Executivo. "Os juízes são respeitados pela maioria das pessoas", analisou.
O presidente do Supremo também justificou a demora da resposta do Judiciário brasileiro devido ao complexo sistema recursal do país, que admite até quatro instâncias para analisar a mesma questão. Ele também falou dos problemas da prerrogativa de foro, que permite aos políticos e determinadas autoridades serem julgados por tribunais superiores, e não pela Justiça de primeiro grau.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

MINISTRA NEGRA, A PRIMEIRA DO PAIS, É INSULTADA NA ITÁLIA


Edição: Adilson Gonçalves Fonte: O Globo Foto: Gregório Borgia/ AP
ROMA — A nomeação de Cecile Kyenge como a primeira ministra
negra da Itália - o que seria um símbolo da integração racial no país - levou um duro golpe quando o eurodeputado Mario Borghezio ridicularizou o que descrevia como o novo “governo bonga bonga”- uma referência ao “bunga bunga”, como ficaram conhecidas as orgias promovidas pelo ex-premier Berlusconi quando estava no poder. Em uma entrevista à Radio 24, Borghezio afirmou que Cecile tentaria “impor as tradições tribais” do Congo à Itália com seu projeto que dá cidadania imediata aos filhos de imigrantes que nasçam no país, que hoje têm de esperar até completar 18 anos para requerer a cidadania. A repulsa gerada pelas declarações fez com que o governo autorizasse, nesta quarta-feira, a abertura de uma investigação de páginas fascistas na internet, cujos membros chamaram Cecile de “macaca congolesa”.


Cecile, de 48 anos, nasceu no Congo, país que deixou há três décadas para estudar medicina na Itália. Oftalmologista, ela vive em Modena, com seu marido italiano e seus dois filhos. Foi uma ativa integrante da centro-esquerda local até que conseguiu uma cadeira na Câmara de Deputados nas eleições de fevereiro.
Na semana passada, a médica foi escolhida pelo primeiro-ministro Enrico Letta como ministra de Integração, para integrar o governo híbrido formado por ele e que conseguiu na terça-feira seu segundo voto de confiança no Parlamento. A congolesa respondeu aos insultos pelo Twitter e agradeceu aos que saíram em sua defesa.
“Acredito que até mesmo a crítica pode informar se for feita com respeito”, escreveu.
Josefa Idem, ex-canoísta e ministra das Oportunidades Iguais, ordenou que o Escritório Nacional Antidifamação investigue sites de extrema-direita que chamaram Cecile de “Zulu” e “negra anti-italiana”.
- Estou fazendo isso na minha qualidade de ministra das Oportunidades Iguais, mas acima de tudo como mulher - disse a alemã de 49 anos, que como Cecile se casou com um italiano e tem dupla cidadania. - A polícia deveria fechar esses sites.
Os comentários do Borghezio foram repudiados inclusive por membros de seu próprio partido, a Liga Norte, conhecida por suas posições xenófobas. A candidata à Prefeitura de Verona, Manuela del Lago, disse que estava “absolutamente enojada” pelas declarações. Cecile também recebeu apoio do astro da seleção italiana Mario Balotelli, filho de pais ganeses, nascido na Sicília e adotado por italianos, ele mesmo acostumado a manifestações racistas em estádios do país.
- A sua indicação é um grande passo para uma sociedade italiana mais civilizada, mais responsável e mais ciente da necessidade de uma integração definitiva - disse o jogador.
Em seu discurso de apresentação no Parlamento, Letta descreveu a nomeação de Cecile como “um novo conceito no qual as barreiras dão lugar à esperança e limites insuperáveis dão lugar a uma ponte entre as diferentes comunidades”. A prioridade da ministra de Integração é o direito à nacionalidade italiana por nascimento. Atualmente a cidadania italiana se determina por filiação (direito de sangue).
- Provavelmente vou encontrar resistência, termos que trabalhar muito para chegar a isto. Uma criança, filha de imigrantes, que nasceu e cresceu aqui, deve ser cidadã italiana - afirmou Cecile.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

EMPRESA DE SERVIÇOS DE EMPREGADOS DOMÉSTICOS TEM EM SEU FORMULÁRIO ITEM SOBRE PRECONCEITO DE COR PARA SEUS CLIENTES


Edição Adilson Gonçalves/ Fonte: G1
A internauta Luanna Teofillo, de 33 anos, denunciou, que circulava em uma rede social a imagem de um site de serviços de empregados domésticos em que um formulário de busca de profissionais contém a seguinte pergunta: "Preconceito de cor? Sim ou não".
“Segundo o site, a empresa Lar&Cia Consultoria de empregos domésticos, localizada no município de Sorocaba (SP) tem como objetivo ‘satisfazer as necessidades dos nossos clientes com eficiência".
Para a internatuta, a ‘boa aparência’ continua sendo requisito determinante em muitas áreas. "O que vemos é apenas um exemplo do que acontece todos os dias com trabalhadores negros, indígenas, mestiços”, diz Luanna.
Nota da Redação: a empresa Lar&Cia Consultoria de Empregos Domésticos foi procurada pelo G1 e, apesar de confirmar ser a proprietária do site, não quis se manifestar sobre o assunto. O site foi retirado do ar na manhã desde segunda-feira (29).

segunda-feira, 29 de abril de 2013

GANGUE DE NEONAZISTAS "CABOCLOS" É PRESA EM NITERÓI POR ATO DE RACISMO: LEI CAÓ FOI APLICADA E BANDO JÁ ESTÁ NO PRESÍDIO


Edição Adilson Gonçalves Fonte O Globo Fonto Luis Ackermann 
A lei 7716 Lei Caó foi aplicada e grupo já esta preso em Bangu 8
RIO - Sete jovens neonazistas foram presos na manhã de sábado após agredirem um nordestino no Centro de Niterói. De acordo com a delegada adjunta da 77ª DP (Icaraí), Helen Sardenberg, os jovens — seis homens e uma mulher — tinham tatuagens de suásticas e vestiam camisas com referências neonazistas. Alguns deles tinham a cabeça raspada. Com o grupo, a polícia encontrou duas facas, um bastão, panfletos e ferramentas usadas para tortura.
A polícia confirmou os nomes de Caio Souza Prado, de 23 anos, Tiago Borges Dias Pitta, de 28, Philipe Ferreira de Lima, de 21, Carlos Luiz Bastos Neto, de 33 anos, Davi Oliveira de Moraes, de 31 anos, Jessica Oliveira, de 26. Um menor de 15 anos foi apreendido.A agressão ocorreu na Praça Arariboia, próximo à estação das barcas. Guardas municipais foram chamados pela população para deter o grupo, que foi visto indo em direção à vítima com facas e um taco de beisebol.
A vítima foi identificada como Cirley Santos, de 33 anos. Ele nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte, e já conhecia um dos envolvidos. Ele contou que foi abordado pelos jovens, que o chamaram de “nordestino de merda”. A vítima disse ainda que eles fizeram alusão a Hitler e começaram a agredi-lo.
O grupo vai responder pelos seguintes crimes previstos na Lei 7716, popularmente conecida como Lei Caó: intolerância de cor, raça, etnia, religião e origem e fabricação, comercialização ou veiculação de símbolos, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica para divulgação do nazismo.
A delegada informou que os presos também responderão por lesão corporal, formação de quadrilha e corrupção de menores. Segundo a delegada, os crimes são inafiançáveis.

EQUIPE SUB-16 DO VASCO DA GAMA SOFRE ATOS DE RACISMO EM TORNEIO DA CATEGORIA NA EUROPA




 Edição Adilson Gonçalves Fonte:Uol  Foto: Marcelo Sadio Ascom CRVG
 O predente do Vasco lê nota de repúdio aos atos de Racismo
O Vasco divulgou na noite deste domingo uma nota de repúdio em razão das ofensas racistas sofridas pela equipe sub-16 de São Januário durante competição disputada na Itália. Segundo o Cruzmaltino, os atletas foram chamados de "macacos" pelos adversários da Juventus-ITA, no último sábado, pelo Torneio Internacional Cittá di San Bonifacio.
O Vasco venceu por 1 a 0, mas a discriminação racial incomodou todos os integrantes do clube brasileiro. Chefe da delegação, Rômulo Campelo, entregou logo após a partida um ofício ao Comitê Organizador do torneio expressando insatisfação e exigindo punição severa aos transgressores.
O Cruzmaltino lembrou na nota assinada pelo presidente Roberto Dinamite que foi o primeiro clube nacional a combater o racismo e aceitar jogadores negros em defesa de suas tradições e glórias. Ainda pelo torneio, o Vasco venceu o  A.C. Sambonifacese-ITA por 4x1 neste domingo.

Confira a nota oficial divulgada pelo clube:
O Club de Regatas Vasco da Gama vem, por meio desta, demonstrar todo o seu repúdio pelo constrangimento sofrido por sua equipe sub-16, em partida disputada contra a Juventus (ITA), neste sábado (27/4), pelo Torneio Internacional Cittá di San Bonifacio. O Vasco venceu por 1x0.
Durante a partida, nossos atletas sofreram discriminação racial ao serem chamados de macacos pelos jogadores adversários.
Não bastasse a campanha maciça que a FIFA, UEFA e todos os seguimentos esportivos vêm desenvolvendo contra o racismo, vale ressaltar que nosso clube foi o primeiro no Brasil a ter jogadores negros em defesa de nossas tradições e glórias.
Nosso chefe de delegação, Dr. Rômulo Campelo, entregou logo após a partida, ofício ao Comitê organizador do torneio expressando nossa insatisfação e exigindo punição severa aos transgressores, que por serem menores, necessitam de orientação psicológica e corretivos pedagógicos à altura de suas transgressões.
Por um mundo mais igual e por um esporte mais saudável, justo e sem preconceitos.
Roberto Dinamite
Presidente