quinta-feira, 21 de março de 2013

HOMENAGEADO NA CERIMÔNIA DE 10 ANOS DA SEPPIR, LÁZARO RAMOS PEDE A SAÍDA DE MARCOS FELICIANO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS

Ator Lázaro Ramos se posicionou
 publicamente contra o pastor.
 “Queremos mais heróis e menos Marco Feliciano”

EDIÇÃO:ADILSON GONÇALVES FONTE: SEPPIR E AGÊNCIAS
Durante a cerimônia de comemoração de 10 anos da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) do Governo Federal, em Brasília, o ator baiano Lázaro Ramos foi um dos homenageados pelo seu trabalho em prol da igualdade racial.

Em seu discurso, Ramos agradeceu ao público que, por meio das redes sociais, fez a com que a novela ‘Lado a Lado’, da Rede Globo, se tornasse ainda mais conhecida e respeitada pelo pioneirismo em abordar a história dos negros no Brasil. O ator e também diretor do programa Espelho do Canal Brasil, ressaltou a importância de mais iniciativas com essa na mídia.
Ainda no discurso, o ator fez um protesto contra a presença do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na Câmara Federal “Inclusive o que a gente quer ver no Brasil são mais pessoas como os heróis de ‘Lado a Lado’ e menos pessoas como Marco Feliciano. A gente compartilha dessa idéia (…) Fora Feliciano”, disse o ator global que é conhecido pela sua militância pelas causas raciais desde a época que atuava do Bando de Teatro Olodum, em Salvador.
OAB também pede renúncia de Marco Feliciano
O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, defendeu nesta quarta-feira a renúncia do deputado Pastor Marco Feliciano (PSB-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara. Segundo Damous, a permanência do deputado à frente da comissão é “um acinte à população brasileira”.
Entre a voz marcante da cantora Margareth Menezes, as lágrimas da atriz Zezeh Barbosa e a contundência da fala da ministra Luiza Bairros, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) teve os seus dez anos de criação comemorados, na manhã desta quinta-feira, 21, data em que se celebra também o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. O evento aconteceu na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional, em Brasília.
Participaram autoridades do Governo Federal e distrital, representantes da sociedade civil e de organismos internacionais, representantes dos povos de matrizes africanas e ciganos.
Durante a cerimônia foi lançado por Wagner Pinheiro de Oliveira, presidente dos Correios, o selo personalizado da série ‘América – Luta contra a Discriminação Racial’. Em seguida, o vídeo institucional ’10 anos de SEPPIR’ foi apresentado pela primeira vez, com imagens das lutas históricas do movimento negro, que culminaram com a criação da Secretaria e, vitórias que vieram depois como a aprovação da Lei das Cotas.
Os autores e o elenco da novela Lado a Lado, da Rede Globo, foram homenageados nas pessoas do escritor João Ximenes e dos artistas Lázaro Ramos e Zezeh Barbosa. A trama foi ambientada no Rio de Janeiro do início do Século XX e retratou as tradições de matriz africanas sem estereótipos. “Essa é primeira homenagem recebida por Lado a Lado e vai ajudar a fazer com que uma empresa como a Rede Globo perceba como a gente quer se visto na televisão brasileira”, disse Lázaro.
Matilde Ribeiro, Eloi Ferreira e Edson Santos, os ex-ministros que já estiveram à frente da SEPPIR estavam presentes e também foram homenageados.
 A ministra Luiza Bairros fez um paralelo entre a fala da presidenta Dilma Rousseff, em sua mensagem ao Congresso Nacional, no inicio dos trabalhos de 2013 e a trajetória do movimento negro e da institucionalização das políticas de promoção da igualdade racial na última década. De acordo com Dilma, “o racismo é uma chaga histórica que ainda marca profundamente a sociedade brasileira”. “O desafio não acaba com os dez anos da SEPPIR. Ele aumenta nos anos que virão. Teremos que conciliar demandas do presente, com expectativas do futuro e com o passado remoto e recente que nos cobra o avanço da democracia no Brasil”, disse Luiza Bairros.
A cerimônia foi encerrada com uma apresentação musical de Margareth Menezes, que já havia se apresentado no inicio do evento, cantando sem acompanhamento, a música ‘Alegria da Cidade’, de Lazzo Matumbi.
A mesa de trabalhos foi composta pela ministra Luiza Bairros, Mphakama Mbete, embaixador da África do Sul no Brasil, Pepe Vargas, ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Paim, senador, Luiz Alberto,  deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Mista pela Defesa da Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas, Wagner Pinheiro, presidente dos Correios, Jorge     Chediek, coordenador residente do Sistema Nações Unidas no Brasil e Helcias Roberto, representante da sociedade civil no Conselho Nacional da Promoção da Igualdade Racial.


quarta-feira, 20 de março de 2013

DEBAIXO DE VAIAS, MARCOS FELICIANO SE RETIRA DA SESSÃO DA COMISSSÃO DE DIREITOS HUMANOS E DEVE ANUNCIAR SAÍDA NOS PRÓXIMOS DIAS


Edição: Adilson Gonçalves Fonte O Globo
BRASÍLIA - Após encontro do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), com o líder do PSC, André Moura, e o vice-presidente do partido, Everaldo Pereira, Henrique Alves informou que Marco Feliciano continua no comando da Comissão dos Direitos Humanos e que aguarda uma decisão para os próximos dias.
— Tive uma conversa, fiz um pedido ao líder do PSC (sobre o destino de Feliciano) em razão das dificuldades que estão ocorrendo na Comissão de Direitos Humanos que o Brasil inteiro acompanha. Foi uma conversa muito séria, e obtive do PSC que será apresentada nos próximos dias uma solução respeitosa para todos. Esse assunto tem que haver maturidade, acredito no entendimento e vamos respeitar o tempo — disse Henrique Alves. André Moura apenas afirmou que a bancada vai se reunir para discutir o assunto.
Está cada vez mais delicada a situação do deputado Feliciano à frente da comissão. Após nova confusão na sessão desta quarta-feira da comissão, Henrique Alves pediu para se reunir com ele no início da noite.
Alves se encontrou mais cedo com o líder André Moura (SE), e cobrou uma solução para o problema. Na sessão de hoje, Feliciano apenas abriu a reunião e deixou o plenário logo em seguida, após vaias, protestos e faixas de integrantes de movimentos LGBT. Parlamentares de vários partidos os contra a permanência do pastor na comissão.
- Até o final do dia de hoje será tomada uma decisão que respeite a Casa - disse Eduardo Alves, que tinha reunião marcada com Feliciano no fim da tarde.

Um dos deputados com os quais o presidente da Câmara falou hoje foi Chico Alencar (PSOL-RJ).
— O presidente da Câmara conversou comigo e disse que achou o vídeo altamente ofensivo. E que o deputado Feliciano não atendeu ao seu pedido de moderação. E disse que se empenharia em uma solução — disse Chico Alencar ao GLOBO. O diálogo entre os dois ocorreu na noite de ontem.
Na comissão, hoje, além dos bate-bocas, houve uma situação inusitada. Convidado como expositor na audiência pública sobre transtorno mental, Aldo Zaiden, assessor da área de Saúde Mental do Ministério da Saúde, fez um discurso se referindo à polêmica gerada desde que Feliciano assumiu a comissão.
— Os direitos humanos vivem um retrocesso — disse Zaiden, que foi interrompido pela confusão.
Quando a palavra iria voltar para ele, foi ameaçado por Jair Bolsonaro (PP-RJ).
— O senhor se restrinja ao tema da audiência pública. Não faça discurso — disse Bolsonaro ao assessor, que se rebelou.
— Fui proibido de falar pelo deputado Bolsonaro. Não tenho o que fazer aqui — disse Zaiden, que levantou-se e foi embora, aplaudido pelos manifestantes contrários a Feliciano. A sessão foi encerrada.
Líder pede a Feliciano reavaliar permanência na comissão
O líder do PSC, André Moura (SE), afirmou que fez novo apelo ao deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para deixar a presidência da comissão. Moura disse que aguarda uma resposta do parlamentar. Para o líder, a situação é "muito preocupante".
- Pedimos, a bancada, para o deputado Feliciano fazer uma reavaliação e levar em conta todas essas manifestações. Acredito no bom senso. A situação é muito preocupante. Estou no aguardo de uma resposta dele - disse André Moura, que reuniu-se hoje à tarde com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
- O presidente da Câmara mostrou sua preocupação com a imagem da Casa com tudo isso que está acontecendo. E ele está correto. Mas não falou em renúncia do deputado Feliciano - disse André Moura.
No plenário, Feliciano conversava com o líder do PR, Anthony Garotinho (RJ) e o pastor Silas Câmara (PSD-AM). Garotinho deu alguns conselhos a Feliciano. Primeiro, o deputado fluminense sugeriu a Feliciano a criar um gabinete de crise e discutir a situação. Depois, Garotinho sugeriu que ele renunciasse, mas que saísse por cima.


MORRE NO RIO, AOS 66 ANOS, O CANTOR EMÍLIO SANTIAGO


Edição Adilson Gonçalves Fonte G1
O cantor Santiago de 66 anos, morreu na manhã desta quarta-feira (20) no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. De acordo com o hospital, o artista morreu em função de complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral isquêmico (AVC) que sofreu em 7 de março.
Emílio Santiago morreu às 6h30, após permanecer 13 dias internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI). O velório do cantor será realizado na Câmara de Vereadores do Rio, no Centro, a partir das 12h desta quarta, e será aberto ao público. O enterro do artista acontecerá às 11h desta quinta-feira (21) no Memorial do Carmo, no Caju, na Região Portuária do Rio. Ele será enterrado ao lado do local onde sua mãe foi sepultada.
Emílio Santiago morreu às 6h30, após permanecer 13 dias internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI). O velório do cantor será realizado na Câmara de Vereadores do Rio, no Centro, a partir das 12h desta quarta, e será aberto ao público. O enterro do artista acontecerá às 11h desta quinta-feira (21) no Memorial do Carmo, no Caju, na Região Portuária do Rio. Ele será enterrado ao lado do local onde sua mãe foi sepultada. Paixão pela música
Emílio Santiago nasceu em 1946 na cidade do Rio. Formou-se em Direito pela Faculdade Nacional de Direito, mas a paixão pela música fez com que ele iniciasse sua carreira participando de diversos festivais de música, sendo vencedor de muitos deles. "Transas de amor", seu primeiro compacto, saiu em 1973.
 A estreia em um álbum cheio aconteceu dois anos mais tarde. Autointitulado, o trabalho trazia interpretações de canções de nomes como Ivan Lins, Gilberto Gil, Nelson Cavaquinho e Jorge Ben.
Conhecido pelo tom de voz ao mesmo tempo grave e suave, o cantor apresentou diferentes gêneros durante sua carreira, mas esteve especialmente voltado para a música romântica, a MPB e o samba. Em 1988, lançou "Aquarela brasileira", o primeiro disco da série criada por Roberto Menescal e Heleno Oliveira. O álbum trouxe a releitura de 20 clássicos da música brasileira, como "Sampa" (Caetano Veloso), "Anos dourados" (Chico Buarque e Tom Jobim) e "Eu sei que vou te amar" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes).
A série "Aquarela brasileira", responsável por aumentar consideravelmente sua popularidade no país, teve mais seis volumes, o último deles lançado em 1995. Um de seus mais importantes trabalhos, "Feito para ouvir", de 1977, foi reeditado pela Dubas Musica em 2009. Outro relançamento em sua carreira aconteceu em 1989 com "Brasileiríssimas", seu segundo disco, originalmente de 1976. Entre seus maiores sucessos estão "Saigon", "Verdade chinesa", "Lembra de mim", "Vai e vem", "Tudo que se quer" e "Flor de lis".
Seu último disco saiu em 2012, uma versão ao vivo de "Só danço samba", de 2010 – que,  por sua vez, foi o primeiro trabalho do selo Santiago Music. O álbum é uma homenagem ao  "rei dos bailes" Ed Lincoln, trazendo canções que fizeram sucesso nos clubes do Rio de Janeiro nos anos 60, além de músicas atuais de artistas como Mart'nália, Jorge Aragão e Dona Ivone Lara. Ao todo, sua discografia conta com 30 álbuns e 4 DVDs.