quarta-feira, 9 de maio de 2012

NEGROS, QUILOMBOLAS,INDÍGENAS, CIGANOS E OUTROS GRUPOS PARTICIPAM DE AUDIÊNCIA PÚBLICA CONTRA O TRABALHO ESCRAVOS


Edição Adilson Gonçalves/ Fonte Geledes
Representantes de negros, quilombolas, indígenas, ciganos, entre outros grupos, defenderam nesta terça-feira, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, a união das populações tradicionais brasileiras na luta contra o trabalho escravo no país.
O debate, promovido pela Comissão de Direitos Humanos, tem como tema central a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo (438/01), que pode ser votada ainda nesta terça-feira em sessão extraordinária no plenário. O texto prevê a expropriação de propriedades rurais ou urbanas onde seja constatado trabalho escravo. A ministra da Secretaria de Direito Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, também participou do debate.
Para o presidente da União dos Negros pela Igualdade (Unegro), Edson França, a tarefa do Congresso Nacional deve ser a de acabar com os resquícios da escravidão no Brasil. Ele avaliou que a aprovação da PEC é fundamental para que se alcance esse objetivo, mas que é preciso também o governo investir em ações específicas para resgatar as comunidades tradicionais.
- A lei é importante, é um instrumento necessário. Mas precisamos que políticas públicas sejam oferecidas também – disse. "Precisamos acabar com a pobreza. É uma luta que vai exigir bastante presença nossa na fiscalização e na punição", completou.
A coordenadora do Movimento Negro Unificado, Jacira da Silva, concorda que é preciso unir forças contra a prática do trabalho escravo no país. Ela lembrou que apenas os negros representam mais de 50% da população brasileira, mas ressaltou que o movimento precisa se organizar para ser notado.
- Não queremos uma PEC que fique na nossa vaidade pessoal, mas o compromisso de que isso se estenda e mude de fato. A gente não quer reforma, a gente quer transformação – explicou.
A representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Evani Silva, lembrou que a discussão envolve milhares de famílias que vivem em condições desumanas no Brasil. Para ela, apenas por meio da união desses segmentos, será possível encontrar soluções para problemas como o trabalho escravo.
- Várias leis e normas foram criadas, mas elas precisam ser fortalecidas – disse. Segundo Evani, a aprovação da PEC vai permitir o fortalecimento dos alicerces das comunidades tradicionais brasileiras e o resgate das famílias que sobrevivem em meio ao trabalho escravo.
O representante indigenista Niwani Humi também destacou a existência de decretos e leis insuficientes para combater o trabalho escravo no país. "Isso é uma vergonha para o Brasil", disse. "Nossos direitos estão sendo cruelmente desrespeitados. Todos os segmentos menos assistidos são maioria e formam o Brasil", completou.
Para Mirian de Siqueira, presidenta da Fundação Santa Sara Kali (entidade de ciganos), a permanência de focos de trabalho escravo no país causam um profundo sentimento de vergonha e de tristeza. Ela acredita que o grupo precisa se unir aos negros, índios e quilombolas na busca por um objetivo comum: "Deixar de ser minoria para ter paridade aos majoritários".

CERIMÔNIA DO 2º PREMIO NACIONAL DE CULTURA AFRO BRASILEIRA É REALIZADA NO TEATRO RIVAL RJ


Edição Adilson Gonçalves/ Fonte e Fotos:Jacqueline Freitas FCP
Vencedores na categoria Teatro ao lado do presidente da FCP e do
diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da instituição
O Teatro Rival, um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro – com 76 anos de existência, que registram importantes momentos da história da música e do teatro brasileiros – foi o cenário da entrega do 2º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, na noite da última segunda-feira (7).



O Prêmio é uma iniciativa do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves – Cadon, com apoio institucional da Fundação Cultural Palmares e patrocínio da Petrobras. Assim como na primeira edição, a cerimônia foi conduzida pelos atores Zezé Motta e Antonio Pompêo, como mestres de cerimônias.
Vencedores na categoria Dança
Durante a festa, o presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, anunciou a decisão da ministra Ana de Hollanda de incluir nos editais do Ministério da Cultura um percentual que contemple a produção afro-brasileira. Junto com Martvs Chagas, diretor de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da FCP, Eloi Ferreira fez a entrega do prêmio na categoria teatro. Também ficou a cargo do presidente da Fundação a surpresa da noite: a outorga do Troféu Palmares aos projetos de maior pontuação em cada categoria.
Vencedores na categoria Artes Visuais
Ruth Pinheiro, presidente do Cadon, entregou os prêmios na categoria artes visuais, e Taís Reis, gerente setorial de Cultura da Petrobras, os da categoria dança. Foi compartilhado entre os anfitriões o desejo, anunciado, de que o Prêmio prossiga na terceira e em muitas próximas edições.
O 2º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras contemplou, por meio de edital, um total de 20 projetos. Cerca de 1 milhão de reais serão utilizados na montagem e execução das produções – cinco nas áreas de teatro, nos estados de Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará e Rio Grande do Sul; cinco na área de dança, em Tocantins, Piauí, Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina; e 10 na área de artes visuais, em Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Rio de Janeiro.
Encerrando a programação da noite, aconteceu um animado e dançante show do cantor carioca Mombaça.