quinta-feira, 26 de maio de 2011

25 DE MAIO: DIA DA ÁFRICA É CELEBRADO NO BRASIL E NO MUNDO

Por Denise Porfírio - Instituto Palmares 

Trinta e dois países instituíram o Dia da África
     O Dia da África, comemorado nesta quarta-feira, 25 de maio, simboliza a luta dos povos do continente africano pela sua independência e emancipação, e representa a data da Libertação da África. Os negros do Brasil e do mundo celebram a oportunidade de medir os progressos, as dificuldades e as obras realizadas no continente conhecido como berço da humanidade.



Novecentos milhões de habitantes, 53 páises
e 20,3% de terra firme do planeta

   Em 2011, Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, a data é celebrada como um marco contra as desigualdades raciais, políticas ou econômicas, valorizando e promovendo o legado que a África deixou para as civilizações que se constituíram com o seu povo.
ORIGEM - Passados 48 anos desde sua criação, em Addis Abeba, Etiópia, pela Organização de Unidade Africana (OUA), o dia tem um profundo significado na memória coletiva dos povos do continente africano. O ato da assinatura configurou-se no maior compromisso político de seus líderes, que visaram à aceleração do fim da colonização do continente e do regime segregacionista do Apartheid.
Instituído em carta assinada por 32 Estados africanos, o dia da África é a manifestação do desejo de aproximadamente 800 milhões de africanos de organizar, de maneira solidária, os múltiplos desafios na construção do futuro de uma África real, com seus governos e sonhos, além de desenvolvimento, democracia e progresso.
   EVENTO – Em comemoração a essa data especial, o Museu Afro Brasil promove, entre os dias 24 e 27 de maio, o I Encontro Afro Atlântico na Perspectiva dos Museus. O evento reunirá especialistas de vários países para discutir as várias formas que os museus utilizam para interpretarem a arte africana tradicional e contemporânea.

África: projetando o futuro...

   A programação inclui a abertura da exposição “Mulheres Negras: a Irmandade da Boa Morte de Cachoeira”, o lançamento da Campanha do Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, a apresentação do Grupo Gegê-Nagô de Cachoeira (BA) e o lançamento do livro “Flash of the Spirit”, de Robert Farris Thompson (edição em português).
...mas mantendo as tradições: berço da humanidade
SERVIÇO
O quê: I Encontro Afro Atlântico na Perspectiva dos Museus
Quando: 24 a 27 de maio
Onde: Museu Afro Brasil, São Paulo
Mais informações: afroatlantico@museuafrobrasil.org.br
Programação:

25 de maio

Manhã


Mesa-redonda
Arte africana: Como decifrar seus enigmas?
Robert Farris Thompson (Universidade de Yale)
Abdou Sylla (IFAN-Senegal)
Constantine Petridis (Museu de Arte de Cleveland)
Tarde

Coleções em Debate
Karen Milbourne (Museu Nacional de Arte Africana do Instituto Smithsonian)
Samuel Sidibé (Museu Nacional do Mali)
26 de maio
Manhã

Mesa-redonda
Arte africana e o conceito de arte
Susan Vogel (Universidade de Columbia)
Samuel Sidibé (Museu Nacional do Mali)
Henry Drewal (Universidade de Wisconsin-Madison)
Tarde

Coleções em Debate
Instituição a confirmar
Emanoel Araujo (Museu Afro Brasil)

27 de maio
Manhã

Mesa-redonda
Arte contemporânea: Artistas de África e Museus
Dominque Zinkpè (Benim)
Lisa Binder (Museu para a Arte Africana – Nova York)
George Preston (Museu de Arte e Origens – Nova York)
Tarde
Cerimônia de Encerramento
Lançamento da edição em português do livro Flash of the Spirit, de Robert Farris Thompson
Performance coreografada pelo bailarino Rui Moreira
Produção de um mural no Museu Afro Brasil com a artista plástica Chanel Compton (Instituto Smithsonian) – Projeto Cultural Envoy Application, em parceria com o Consulado Geral dos Estados Unidos de São Paulo






terça-feira, 24 de maio de 2011

MORRE ABDIAS NASCIMENTO, NOSSO LÍDER, MAS SEUS PENSAMENTOS SERÃO ETERNOS

Abdias Nascimento:
exemplo de luta, garra e negritude
          Morreu nesta terça-feira, aos 97 anos, no Rio de Janeiro, o ex-senador Abdias Nascimento. Nascido em Franca, interior de São Paulo, em 1914, Abdias foi pioneiro do movimento negro no Brasil. As informações são da Agência Senado.
          Nos anos 30, participou da Santa Hermandad Orquídea, formada por poetas sul-americanos. Nos anos 40, criou o Teatro Experimental do Negro. Também fundado por ele, o Comitê Democrático Afro-Brasileiro, advogou por direitos para as empregadas domésticas e políticas afirmativas para a população negra, propostas levadas à Assembleia Nacional Constituinte de 1946.
          Escritor, intelectual, ativista, ator e escultor, Abdias exilou-se nos Estados Unidos em 1968, durante a ditadura militar. Participou, no Caribe, na África e nos Estados Unidos, de vários encontros do movimento internacional pan-africanista. Retornou ao Brasil em 1978.
          Entrou para a política partidária e foi deputado federal pelo PDT de Leonel Brizola, de 1983 a 1987. Suplente de Darcy Ribeiro (1922-1997), Abdias exerceu mandato de senador de 1997 a 1999. Apresentou vários projetos com objetivo de combater o racismo e buscar reparação, em razão do escravagismo, à população afrodescendente brasileira.
          No segundo governo de Brizola no Rio de Janeiro, Abdias foi titular da Secretaria Extraordinária de Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras (Seafro). Professor benemérito da State University of New York, recebeu título de doutor honoris causa pela Universidade de Brasília (UnB) e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em função da militância no combate à discriminação racial no Brasil.
Casado quatro vezes, Abdias Nascimento teve três filhos e deixou amplo acervo.
         No início da noite desta terça-feira, a  família informou que o corpo de Abdias Nascimento será velado nesta quinta-feira, dia 26 de maio, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, cremado no dia seguinte , no Cemitério São Francisco Xavier e suas cinzas jogadas na Serra da Barriga, conforme era seu desejo.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

JORNAL CARIOCA O DIA OUVE CAÓ SOBRE EMPRESA PAULISTA QUE SELECIONA EMPREGADAS DOMÉSTICAS PELA COR DA PELE



Caó: ‘Não podemos deixar
essas atitudes impunes’

           Na quarta-feira, dia 18 de maio maio, o jornal carioca O DIA estampou como manchete, em sua primeira página, o fato da empresa paulista de recursos humanos Resilar ultilizar como critério de admissão de empregadas domésticas o ítem cútis (cor da pele), no questionário destinado aos contratantes de seus serviços. No dia seguinte, o jornal ouviu vários militantes do movimento negro, entre eles Caó. leia abaixo a entrevista dada por ele ao veículo de comunicação.

JORNAL O DIA: Fernanda Alves,
com colaboração de Gislandia Governo,
Marcos Galvão e Raphael Azevedo


     Criador da lei 7716/1989, popularmente conhecida como Lei Caó, que pune os crimes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, Carlos Alberto Caó Oliveira, comentou a atitude da empresa Resilar. “É nitidamente uma postura racista. Quando você retira a oportunidade de emprego das pessoas, está segregando”, explicou.

     Ex-vereador e advogado, Caó afirmou que gostaria de ver uma mobilização do Sindicato das Empregadas Domésticas contra a atitude racista da agência de empregos e espera que as providências prometidas pelo deputado Edson Santos resolvam o problema. “Não podemos deixar essas atitudes impunes”, avaliou.

    Ele ressaltou que o preconceito racial não é algo de agora e que, mesmo sem ser discutido frequentemente, está explícito. “Não é preciso fazer nenhuma pesquisa. Todo mundo sabe que a maioria das empregadas domésticas é de negras. É uma atividade econômica que acolhe pessoas com baixo nível de formação. Com isso, é inconcebível que negros sejam segregados das oportunidades de trabalho”,explicou.